Agrotóxicos,
defensivos agrícolas, pesticidas, praguicidas, remédios de planta ou veneno:
são inúmeras as denominações relacionadas a um grupo de substâncias químicas
utilizadas no controle de pragas e doenças de plantas. O desenvolvimento dessas
substâncias foi impulsionado pelo anseio do homem em melhorar sua condição de
vida, procurando aumentar a produção dos alimentos.
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As formulações
de agrotóxicos são constituídas de princípios ativos, que é o termo usado para
descrever os compostos responsáveis pela atividade biológica desejada. O mesmo
princípio ativo pode ser vendido sob diferentes formulações e diversos nomes
comerciais, e também podemos encontrar produtos com mais de um princípio ativo.

No Quadro 1, são apresentados
dois exemplos dos principais princípios ativos de dois agrotóxicos – glifosato
e deltametrina –,nomenclatura, funções orgânicas, as culturas onde estes podem
ser utilizados e sua toxicidade.
Quadro
1: Ingredientes ativos de agrotóxicos
A crescente
utilização de agrotóxicos na produção de alimentos tem ocasionado uma série de
transtornos e modificações no ambiente, como a contaminação de seres vivos e a
acumulação nos segmentos bióticos e abióticos dos ecossistemas (biota, água,
ar, solo, sedimentos, dentre outros) (Peres e Moreira, 2003).
Os agrotóxicos
podem ser classificados em quatro classes de acordo com os perigos que eles
podem representar para os seres humanos. A classificação está de acordo com o
resultado dos testes e estudos feitos em laboratórios, que objetivam
estabelecer a dosagem letal 50% (DL50), que é a quantidade de substância
necessária para matar 50% dos animais testados nas condições experimentais
utilizadas.
Considerando
que a capacidade de determinada substância causar morte ou algum efeito sobre
os animais depende da sua concentração no corpo do indivíduo, a
dose letal é expressa em
miligrama da substância por quilograma da massa corporal. A toxicidade de uma
substância também pode variar de acordo com o modo de administração, e os
rótulos dos produtos são identificados por meio de faixas coloridas, conforme
Quadro 2.
Quadro 2: Classificação
toxicológica dos agrotóxicos.²
Para minimizar
a possibilidade de qualquer tipo de acidente, todo agrotóxico, independente da
classe a que pertence, deve ser utilizado com cuidado, seguindo-se sempre as
recomendações dos fornecedores e de pessoas especializadas, com o uso de
equipamentos de proteção individual (EPI) pelos aplicadores. Os EPI utilizados
são
jaleco, calça, botas, avental, respirador, viseira,
touca árabe e luvas.
Figura 1: instruções para a
utilização de Equipamentos de Proteção Individual.³
A aplicação
incorreta de agrotóxicos pode causar efeitos agudos e crônicos nos organismos
vivos (Quadro 3). A magnitude dos efeitos depende da toxicidade da substância,
da dose, do tipo de contato e do organismo. Os efeitos agudos são aqueles que
aparecem durante ou após o contato da pessoa com os agrotóxicos, já os efeitos
de exposição crônica podem aparecer semanas, meses e até anos após o período de
contato com tais produtos e são mais difíceis de serem identificados (Peres e
Moreira, 2003).
Os agrotóxicos também podem ser classificados de
acordo com sua periculosidade ambiental, em classes que variam de I a IV: produtos altamente
perigosos ao meio ambiente (Classe I), como a maioria dos organoclorados;
produtos muito perigosos ao meio ambiente (Classe II), como o malation; produtos
perigosos ao meio ambiente (Classe III), como o carbaril e o glifosato; e
produtos pouco perigosos ao meio ambiente (Classe IV), como os derivados de
óleos minerais.
Quadro 3: Sintomas de intoxicação por
agrotóxicos.2
Conscientizar as
pessoas sobre as implicações da utilização dos agrotóxicos é muito importante, os prejuízos causados à
saúde com a utilização exagerada de agrotóxicos ainda são desconhecidos pela
maioria da população e pouco discutidos pela sociedade.
Referências
BRAIBANTE, M.E.F.; ZAPPE, J.A.. A química dos
agrotóxicos. Revista Química Nova na
Escola. Vol. 34, N° 1, p. 10-15, Fevereiro 2012. Disponível em< http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc34_1/03-QS-02-11.pdf>.
Acesso em Setembro de 2013.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste tambem foi removido pelo autor.
ExcluirÓtimo Artigo,bem explicado. me ajudou bastante em meu trabalho escolar!!!
ResponderExcluirObrigada! S2